sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Anima Mundi

Não podia deixar de começar um blog sobre animação e afins - sim, é isto o que você está lendo - sem falar do Festival Internacional de Animação do Rio de Janeiro, o Anima Mundi, o qual tenho a alegria de participar, minimamente, trabalhando no Estúdio Aberto desde que ele foi criado (na verdade um ano antes disso, mas isso é detalhe), vão ai uns bons 15 anos. O festival teve sua 18a. edição neste ano de 2010. Façam as contas. Eu era mais magro.

O festival venceu o desafio de sobreviver, em um período quando qualquer incentivo ao cinema nacional havia sido cortado, que dirá desenho animado, expressão que, se não por peças publicitárias, era uma saga quixotesca levada por um punhado de bravos. Não apenas sobreviveu como se tornou referência internacional, e, ao lado da Internet e do barateamento e acesso a computadores e programas, ajudou a animação a sair do artesanato para se tornar indústria e negócios.

Do lado de cá da correntinha da oficina de desenho animado do Estúdio Aberto, 2D para os íntimos, atendi muita gente, trabalhei com umas tantas pessoas, e vi o trabalho dessa mesma gente, que começou como curioso, um dia emplacar na tela das sessões do festival. Dá gosto de saber que, sem o Anima Mundi, a história dessas pessoas poderia ter sido outra, com algum outro sucesso em suas vidas, claro, mas não necessariamente este sucesso seria tão animado. E que se eu ou o meu estande puderam de algum jeito ajudar a ajeitar esse futuro tão reluzente, missão cumprida.

Assisti coisas sensacionais em algumas sessões, quase dormi em outras. Ajudei a apagar um ou outro incêndio. Fiz algumas amizades. Vejo pessoas todo o ano que voltam às oficinas, com o olhar da mais pura curtição. Vi palestras de gente de línguas diferentes, compartilhando o que sabiam conosco, dando aulas em workshops. Ultimamente, forums para discutir negócios e organização da classe surgiram. Confluência de pessoas e, consequentemente, idéias. Não é apenas uma amostra - deixou de ser no dia em que ofereceram oficinas onde o grande público, o leigo mesmo, podia ter uma primeira impressão de uma técnica de animação.

Anima Mundi, os primeiros 18 anos do resto de sua vida. Que seja longa, e que venham os próximos 18.

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